Em 1996 a cidade da Guarda fervilhava de actividade cultural. A sua agenda superava, em qualidade e variedade, as agendas culturais dos chamados "grandes centros urbanos". Ainda não existia o TMG. E a única sala digna era o Auditório Municipal da Câmara Municipal da Guarda. Foi lá que assisti a um concerto dos Danças Ocultas, aquando da apresentação do álbum de estreia do quarteto, o homónimo "Danças Ocultas" (1995). Lembro-me bem do impacto que em mim teve o tema "Folia" (que abre o álbum), todo ele composto apenas pelo som do fole dos acordeões (no caso do grupo trata-se do acordeão diatónico, que no nosso país é mais conhecido por concertina), num ritmo que, na altura, me fez lembrar o som do mar. São várias as vezes que na minha cabeça soa o tema "Dança II", que aproveito para assobiar. Todos os temas do álbum são dignos de nota, não caindo no folclore tradicional, antes procurando novas formas e buscando inspiração no "novo tango" e na música de câmara. As composições são modernas, leves e infinitamente belas.
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