Calendário




O pessoal não docente (Assistentes Operacionais e Assistentes Técnicos) é um dos pilares da Escola Pública. É parte integrante da comunidade educativa e um elemento fundamental para o bom funcionamento de todo e qualquer estabelecimento de ensino.

O pessoal não docente não baixa os braços em defesa da sua valorização profissional. A sua mobilização, unidade e determinação são essenciais para conquistar mais direitos e melhores condições de vida e de trabalho, nomeadamente:

- Aumento imediato de todos os salários;
- Salário mínimo de 1000€ ainda em 2024;
- Subsídio de refeição de 10,50€;
- Reposição dos 25 dias de férias;
- Revogação do SIADAP;
- Valorização de todas as carreiras e profissões;
- Reforço de todos os serviços públicos.

A minha total solidariedade para com a luta e reivindicações do pessoal não docente da minha escola (e de todas as escolas), que hoje, dia 20 de Setembro, está em greve por melhores e necessárias condições de trabalho.

Os Donos Disto Tudo

 




Se querem saber quem são os Donos Disto Tudo, podem comprar a Sábado e ler de onde vêm os donativos que PS, PSD, IL, CDS e CH recebem. E da próxima vez que ouvirem alguém dizer "Os partidos políticos são todos iguais!", agora sabem que podem responder: "nem todos!".


Imagem: revista Sábado

Noam Chomsky


Tradicionalmente, o intelectual encontra-se dividido entre as exigências contraditórias da verdade e do poder. Ele gostava de ser o homem que procura discernir a verdade, dizer a verdade como a vê, agir — coletivamente quando possível, sozinho quando necessário — de forma a opor-se à injustiça e à opressão, e ajudar na criação de uma melhor ordem social. Se ele escolher este caminho, tornar-se-á numa criatura solitária, desprezada ou injuriada. Se, por outro lado, colocar os seus talentos ao dispor do poder, pode alcançar o prestígio e a riqueza.


em Os Senhores do Mundo, tradução de Paulo Barata, Bertrand, 2016, p. 27

Se calhar a culpa é do PCP

 



Das fotos

 





Praia da Terra Estreita
, Santa Lúzia, Tavira, Agosto de 2024


Das fotos

 




Praia da Terra Estreita, Santa Lúzia, Tavira, Agosto de 2024

Das fotos

 




Restauradores, Julho de 2024
(Nikon F65 + Kodak ColorPlus 200)

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Hoje o Serviço Nacional de Saúde (SNS) está de parabéns. Em 1979, a Lei n.º 56/79, de 15 de Setembro, tornou possível a criação SNS. Nela ficou consagrado, no artigo 4º, que o SNS “é garantido a todos os cidadãos, independentemente da sua condição económica e social”. Desta forma, ia-se ao encontro do estipulado na Constituição da República Portuguesa (aprovada a 2 de Abril de 1976), onde se podia ler no artigo 64º: “1. Todos têm o direito à protecção da saúde e o dever de a defender e promover”; “2. O direito à protecção da saúde é realizado pela criação de um serviço nacional de saúde universal, geral e gratuito (…)”. Não é exagero dizer que o SNS é uma das mais importantes conquistas da Revolução do 25 de Abril, e que compete ao Estado gerir e garantir o seu funcionamento, dotando-o de mais meios humanos, técnicos e financeiros, que leve o SNS a garantir, de forma inequívoca, o acesso a todos a cuidados globais, integrados, de qualidade e em tempo útil.

Indignar-me é o meu signo diário

 




Do machismo, estrutural e enraizado na cultura portuguesa (tal como o racismo e a xenofobia), tivemos ontem um exemplo em horário nobre. Todos esperávamos, talvez, que o mesmo viesse de um homem. Só que não. Veio de uma mulher, de seu nome Lucília Gago, que ocupa o lugar de Procuradora Geral da República.

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Parece que os jornalistas da RTP, enviados a Jenin na Cisjordânia, tiveram a carrinha alvo de disparos das tropas israelitas de ocupação. E ficaram surpreendidos. É o que dá não andar atento às notícias.

Calendário


No dia 7 de Julho a França foi a eleições. Os franceses deram uma vitória clara à esquerda. A Nova Frente Popular (coligação de esquerda que reúne a França Insubmissa, socialistas, ecologistas e comunistas) foi a mais votada, obtendo 182 deputados. Longe de ter a maioria parlamentar, a Nova Frente Popular ganhou as eleições. Entretanto, vieram os Jogos Olímpicos, o mundo esqueceu o dia 7 de Julho e Macron agradeceu. Soubemos há dias (mais concretamente: seis semanas depois do acto eleitoral!) que o Presidente francês recusa-se a dar posse ao governo da Nova Frente Popular. Alega  "ingovernabilidade". Não nos podemos esquecer, também, que logo depois das eleições Macron disse que "ninguém ganhou", o que é falso. "É a 'democracia liberal' a funcionar, estúpido!", pensei no outro dia.

Dsitância focal

 





No outro dia, enquanto via um vídeo sobre "The New topographics" (Robert Adams, Lewis Baltz, Nicholas Nixon, Bernd e Hiller Becher, entre outros) lembrei-me desta fotografia por mim tirada em 2021. Com isto não estou a dizer que esta foto se insere nessa tendência (em 2021 desconhecia, por completo, o termo "New topographics"), todavia consigo encontrar pontos de convergência, sendo o mais visível o uso do preto e branco, mas também a procura de uma certa geometria e cuidado na composição (lembro-me bem do frio que passei enquando procurava o enquadramento e a composição pretendida).

Das fotos


 



William Eggleston




William Eggleston faz hoje 85 anos. Um dos seus ídolos era Cartier-Bresson. Um dia conheceram-se pessoalmente num evento em Lyon. O encontro não poderia ter corrido pior. Cartier-Bresson virou-se para Eggleston e disparou: “William, color is bullshit.”. E a conversa terminou aí. Eggleston levantou-se e abandonou a mesa, sem nada dizer, pois considerou ser a coisa mais educada que poderia fazer.

“I am at war with the obvious.” é a frase que mais me marcou nos últimos três anos. Dizer que a descoberta de William Eggleston alterou, para sempre, a maneira como passei a fotografar: é um eufemismo.


Foto: Eric Chakeen

Distância focal

 




Às vezes procuro tirar uma fotografia com um fotógrafo que aprecio em mente. No presente caso pensei em Joel Sternfeld e no seu trabalho "American Prospects". A verdade é que os arredores, esses lugares de fronteira entre o urbano e o campestre, sempre me fascinaram.

Petra Wittmar





Distância focal

 




Durante muitos anos fotografei a preto e branco. A fotografia a cores era sempre relegada para um segundo plano, não porque considerasse ser uma "arte menor" ou "utilitária", mas porque as minhas referências tinham fotografado a preto e branco. Agora, o uso da cor começou, em mim, a ganhar espaço. Gosto de explorar, cada vez mais, o seu uso. Esta fotografia que apresento é disso exemplo.

Distância focal

 




A grandiloquência da fotografia de paisagem nunca me interessou. É certo que existe Ansel Adams. Mas nele interessa-me mais a maneira como trabalhou o preto e branco. Na paisagem prefiro a aridez contemplativa, por exemplo, de Robert Adams. E também me interessa um certo ruído, ou, se preferirem, interrupção. Não serve isto para procurar justificar, ou explicar, a fotografia que vos apresento, tirada ontem na charneca ribatejana. Serve apenas para vos dizer que é isso aquilo que procuro.

Distância focal

A primeira máquina fotográfica lá em casa foi uma "Silver" comprada no Senhor João Merrinha e foi-me oferecida pelos meus pais num Natal, tinha eu perto de dez anos. Era a típica "point and shoot", toda em plástico e sem flash (o que impedia fotografar em interiores). Tirei algumas fotos com ela, mas não muitas, já que rolos, revelações e impressões extravasavam o "plafond de luxo" da família. Sim: fotografar, em casa dos meus pais, era um luxo reservado para as ocasiões mais especiais. Anos mais tarde, uns tios emigrados em França ofereceram-me uma Kodak Graffiti, que levava rolos 110. Tinha flash incorporado e foi um upgrade fantástico. Mas, mais uma vez, era um luxo. Tanto uma como outra avariaram-se e só voltei a ter máquina fotográfica quando comecei a trabalhar e um subsídio de férias deu para comprar uma Nikon F65. Fotografar deixou de ser um luxo. Até ao dia em que a casa onde tinha um quarto alugado foi assaltada e levaram-me a máquina fotográfica e um portátil. Estávamos em 2006. Só em 2008 comprei nova máquina: uma Nikon D50. E todo um novo mundo de possibilidades surgiu. Agora fotografo com uma Nikon D610, ou com uma Ricoh GR III. Às vezes, quando me apetece, dou-me ao luxo de fotografar com uma Lomo LCA, ou com uma Nikon F65, que entretanto comprei em segunda mão.

Das fotos



Cape Light - Joel Meyerowitz

 


Este é um livro do qual gosto muito. Meyerowitz consegue a simbiose prefeita entre cor, luz e sombra. Todas as fotos foram tiradas com uma câmara de grande formato (e isso nota-se bem nos detalhes presentes nas fotografias): uma velhinha Deardorff 8 por 10, usando uma lente grande angular (Ektar de 250mm). A pelicula foi Vericolor II Tipo L (descontinuada), ISO 80. As fotografias tiradas ao fim do dia tiveram uma exposição entre 4 a 10 minutos, a f90. Durante o dia: meio segundo a f90 também. Como diz o autor: "It's not a film for horse races.".

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Como é óbvio estou contente com a derrota da extrema-direita em França. Apesar de ter aumentado o número de deputados, ficou relegada para um terceiro lugar, quando algumas sondagens, durante vários dias, lhe davam a maioria absoluta. A adesão às urnas foi enorme e os franceses demonstraram que não querem reviver o passado em Vichy. Agora, resta à Nova Frente Nacional estar à altura da responsabilidade que lhe foi confiada.

Das fotos

 



Distância focal


A fotografia tem vindo a ocupar e a ganhar cada vez mais espaço na minha vida. Tal como um dia a poesia. No outro dia, por exemplo, recebi uma compra recente: "Election Eve", de William Eggleston. Já antes tinha adquirido "Mystery of the Ordinary". A descoberta de Eggleston, na fotografia, está para mim como a descoberta de António Reis, na poesia. E talvez ambos algures se toquem, naquilo que têm de quotidiano. Foi Eggleston quem um dia disse: “I am at war with the obvious.”. Vendo as suas fotografias acabamos por entender que sim, que há ali um combate, uma luta corpo a corpo. Acredito que Reis, na sua poesia, também combateu o óbvio, também lutou contra ele.