No calendário é Sexta-feira Santa. Longe vai o tempo da sirene da fábrica às três da tarde — dizem ser a hora em que Cristo morreu na cruz — e a vila toda parava num minuto de silêncio. Mais logo o Enterro do Senhor e o som das matracas a rasgar a noite.
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O trompete de João Moreira deixa o tempo em suspenso. Nuvens prometem novamente chuva. Haverá grelos salteados e robalo assado no forno para o almoço. O gato dorme indiferente a isto tudo.
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Não sei já a última vez que tive um pensamento bom sobre o mundo.
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