Um aviador irlandês prevê a sua morte
Sei
que encontrarei o meu destino
Por
entre as nuvens lá no ar;
Os
que combato não abomino
Os
que protejo sou incapaz d' amar;
Kiltartan
Cross é o meu país,
Os
seus pobres meus semelhantes,
No
fim de tudo não será mais feliz
Nem
mais triste do que antes.
Não
combato por lei, ou dever,
Nem
por políticos, ou multidão,
Guia-me
apenas o solitário prazer
Destas
nuvens em turbilhão;
Por
mim tudo foi ponderado,
Do
amanhã nada terei que recorde,
Do
passado tudo é desperdiçado
Se
for esta a vida, esta a morte.
W.
B. Yeats, “An
Irish Airman Foresees his Death”, The Collected Poems, Wordsworth Editions, 2008, p.111. Foram consultadas as traduções disponíveis de Nelson
Ascher e Jorge Wanderley.
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