Era sempre com secreta irritação que
eu fazia o bem. O bem contraria. Fugi sempre a este problema… Era sempre num
impulso de paixão — e com todo o meu ser, que eu fazia o mal. O sacrifício, a
piedade, a bondade só têm lugar no mundo como culturas artificiais.
Repete isto: a bondade é um
sentimento falso e o mais artificial de todos os sentimentos.
O mal é uma prova de saúde. Até o
povo diz que os bons são quem Deus leva primeiro.
Ah sim, a ironia… Há-de te servir
agora de muito a ironia!
em Húmus, conforme a 1ª edição (1917), Lisboa: Frenesi, 2000, p. 163.
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