Ontem, Benjamin, andei contigo no bolso pela cidade. Ao contrário da tua Londres, esta cidade não chama por mim. Apenas me diz — não tens outro remédio, por isso "auguenta" que é coisa muito da tua terra — e depois o sol a apertar como aquela imagem gasta do garrote no pescoço. E tudo à minha volta, Benjamin, é aborrecido: basicamente. Mas lá vamos indo os dois: eu e a cidade de ruas cheia de turistas, prestáveis empregados de mesa que nos perguntam — american? español? français? english? — e ficam desapontados quando digo que não, apenas português, mas que, na realidade, me sinto muitas vezes estrangeiro, porque nunca fui nem serei daqui. E, como é óbvio, exagero.
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