50 livros + 36



Falemos de livros que são como murros no estômago. Sei que é uma comparação recorrente, fácil. Mas a verdade é que Bardo é um murro no estômago. Publicado pela primeira vez em 1981, este conjunto de 22 sequências (há quem diga que é um romance) marcou a geração que o leu. Parece que até à altura tinham sido poucos a falar de Portugal da maneira que José Amaro Dionísio falou. Não há, aqui, cedências a lirismos bacocos, ou a rodriguinhos de qualquer espécie. Um livro puro e duro. A melhor descrição deste livro vem no próprio livro: Uma escrita à velocidade da luz reteria um destes sinais de embalo ou repelência. Estás no centro da lenta observação de um lugar desconhecido. (p. 60). Penso que está quase tudo dito.

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