Como não estou inserido no meio editorial, não sei como ele funciona, principalmente quando diz respeito à prioridade de publicação de certos autores. Vem a propósito a recente reedição de À Espera no Centeio de J.D. Salinger. Gosto muito de Salinger. O livro reeditado pela Quetzal é muito lá de casa. Só não entendo a razão de uma reedição quando ainda há tantos e tão bons autores estrangeiros por publicar no nosso país. Mas parece que este é, sem dúvida, um problema português. Só assim se entende que os mesmos livros de Dostoiévski estejam editados em diferentes editoras. Eu sei que as traduções são diferentes, mas para quê ter Crime e Castigo publicado duas vezes? quando ainda estão alguns dos livros de Céline, Vonnegut, Mailer, Bukowski, Fante, por publicar? E nem vou falar nos livros de Corso ou Hamsun (apesar de a Cavalo de Ferro ter feito um óptimo trabalho em relação a este último). No entanto, há excepções no meio editorial português: é o caso da Ahab, da Cavalo de Ferro e da Ulisseia (para mencionar as mais conhecidas), que nos têm apresentado propostas editoriais arrojadas e arriscadas. Não quero estar a afirmar nada, pois não possuo os dados, mas quantos livros (dos recentemente publicados) por estas editoras são reedições de livros publicados noutras editoras?
4 comentários:
Boas Manuel, posso dizer-te pela parte que me toca que enquanto editor, 15% do que publiquei (Cavalo de Ferro e Ulisseia) são reedições - com novas traduções de obras esgotadas há mais de 20 anos - , o resto foram coisas novas cá e algumas delas no Brasil.
Boas, Hugo!
Obrigado pela tua resposta.
Esta edição da Quetzal é pertinente. A anterior, a que eu tenho, era da Difel, que deixou de estar disponível nas livrarias devido a problemas financeiros da antiga distribuidora. Aliás, neste momento nem sei bem o que é feito da Difel, que tinha um catálogo bem porreiro.
não retiro a pertinência ao livro de Salinger, tendo em conta que não há outra editora a publicá-lo.
quanto à Difel: segundo o aspecto gráfico da capa da edição da Quetzal, arriscaria a dizer que foi absorvida pela Quetzal, isto é, pelo grupo Porto Editora, ou não será?
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