A primeira máquina fotográfica lá em casa foi uma "Silver" comprada no Senhor João Merrinha e foi-me oferecida pelos meus pais num Natal, tinha eu perto de dez anos. Era a típica "point and shoot", toda em plástico e sem flash (o que impedia fotografar em interiores). Tirei algumas fotos com ela, mas não muitas, já que rolos, revelações e impressões extravasavam o "plafond de luxo" da família. Sim: fotografar, em casa dos meus pais, era um luxo reservado para as ocasiões mais especiais. Anos mais tarde, uns tios emigrados em França ofereceram-me uma Kodak Graffiti, que levava rolos 110. Tinha flash incorporado e foi um upgrade fantástico. Mas, mais uma vez, era um luxo. Tanto uma como outra avariaram-se e só voltei a ter máquina fotográfica quando comecei a trabalhar e um subsídio de férias deu para comprar uma Nikon F65. Fotografar deixou de ser um luxo. Até ao dia em que a casa onde tinha um quarto alugado foi assaltada e levaram-me a máquina fotográfica e um portátil. Estávamos em 2006. Só em 2008 comprei nova máquina: uma Nikon D50. E todo um novo mundo de possibilidades surgiu. Agora fotografo com uma Nikon D610, ou com uma Ricoh GR III. Às vezes, quando me apetece, dou-me ao luxo de fotografar com uma Lomo LCA, ou com uma Nikon F65, que entretanto comprei em segunda mão.
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