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Li algures, num comentário, que o PCP é responsável pela morte de milhares de pessoas e que para isso basta ler Lénine. Pensei logo no livro "Que Fazer?". Da página 255 à 278 há um criterioso elencar de instruções, desde como "comer criancinhas ao pequeno-almoço" até a maneira mais rápida de "dar uma injecção atrás da orelha" a um qualquer velho, matando-o. Tudo isto acompanhado de exaustivas notas de rodapé explicativas. Um "must read" obrigatório!

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Para esta senhora, de nome Ângela Silva, o que conta, em Democracia, são apenas os líderes de dois partidos. Pelos vistos mais nenhum partido conta. Talvez, para esta senhora, os outros partidos estejam a mais.

Indignar-me é o meu signo diário

 






A SIC Notícias chama "incidente" a um crime hediondo. "Incidente". Depois, se alguém disser que há "machismo estrutural" na sociedade portuguesa, é porque é "woke". "Incidente". Fica aqui registado para memória futura.



AbrilAbril

 




Podem ler o resto no AbrilAbril 

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O discurso de Trump em relação à designada "guerra comercial" é muito idêntico ao seu discurso sobre a pandemia e sobre a gestão desta nos EUA. E os americanos sabem qual foi o resultado: 1.023.802 de mortes.

Em repeat

 




Fernando J. B. Martinho (1938-2025)

 






Aquando da organização do livro "Ainda não é tarde e Outros Poemas" (Medula, 2021), de António José Fernandes, o poeta 
Ricardo Marques colocou-me em contacto com o professor Fernando J. B. Martinho, que no seu livro Tendências Dominantes da Poesia Portuguesa da Década de 50 tinha escrito sobre o misterioso autor. O professor Fernando J. B. Martinho foi de uma simpatia inexcedível, mostrando-se muito disponível para o esclarecimento de toda e qualquer dúvida que me surgiu no decorrer da escrita da introdução para o livro de António José Fernandes. Sem ele, a introdução teria ficado muito mais pobre. 

Versões: Shinpei Kusano

 

Conversa numa noite de Outono

está frio, não está?
ah, está frio.
os insectos estão a chorar, não estão?
ah, os insectos estão a chorar.
daqui a nada vão para debaixo de terra, não vão?
debaixo de terra é mau, não é?
estás mais magro, não estás?
onde achas que te dói?
talvez no estômago?
se tirarmos o nosso estômago morremos, não morremos?
não queremos morrer, pois não?
está frio, não está?
ah, os insectos estão a chorar.

 

em Modern Japanese Poetry: One Hundred Years, a partir da versão inglesa de Haider Ali Khan, p. 47

Escadas de metal, Rua Luciano Cordeiro, Lisboa, 05 de Abril 2025

 






Versões: Raymond Carver

 

Chuva


Acordei esta manhã com
muita vontade de ficar todo o dia
na cama a ler. Combati-a durante um minuto.

Depois pela janela vi a chuva.
E desisti. Entreguei-me por completo
à guarda desta manhã chuvosa.

 Viveria novamente a minha vida?
Cometeria os mesmos irremediáveis erros?
Sim, dessem-me a oportunidade. Sim.

 

em Where Water Comes Together With Other Water, Vintage Books, 1985, p. 72

Luz das 17h a entrar pelos estores da sala 2 da EB 2,3 Quinta de Marrocos, Lisboa, 01 de Abril 2025

 






Escadas da Estação de Benfica, Rua da Venezuela, Lisboa, 06 de Abril 2025

 





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Decidi dar o salto para o médio formato. Tendo em conta que uma câmara digital de médio formato é demasiado cara e não tenho nenhum rim para dispensar, há um mês comprei uma Bronica ETRS. Veio de Itália muito bem embrulhada no jornal diário Il ManifestoRecebi hoje as primeiras digitalizações do Ilford HP5 400. Como suspeitava, das 15 fotos possíveis tenho duas ou três apresentáveis. Tenho de treinar melhor a focagem manual, que exige muita paciência. A foto que apresento é a melhor de todas. Estou, no geral, satisfeito.

"A luz surge em lugares secretos" (Dylan Thomas), Avenida Gomes Pereira, Lisboa, 28 de Março 2025

 





CPLP


Algo que nunca irei entender é o preço dos livros, em Portugal, de editoras brasileiras. Um exemplo: o livro "A luta de classes", de Domenico Losurdo, custa no Brasil R$ 97. Em euros dá 15,62 €. Mas em Portugal o preço do livro é de 33,62 €. E o mesmo talvez aconteça no Brasil em relação aos livros publicados em Portugal. Penso que o acréscimo será devido às famosas tarifas alfandegárias. Mas, o Brasil, "país irmão" (como é costume dizer), não faz parte da CPLP? Portugal não faz parte da CPLP? Um dos princípios da CPLP é a "promoção da cooperação mutuamente vantajosa". Onde está ela, ao nível editorial, para os leitores?

Meter medo - João Rodrigues

 




Há toda uma economia política construída com base na redistribuição do medo de cima para baixo na pirâmide social, exigindo propaganda sem fim. 

Erodir os Estado sociais, construídos nacionalmente, é o objetivo de classe, de resto inscrito na lógica institucional da UE. 

A economia de guerra é mais um meio, se bem que particularmente perigoso, exigindo criar inimizades constantes, deflacionar a diplomacia e inflacionar os interesses capitalistas que lucram com a destruição. 

Redistribuir o medo de baixo para cima, reduzindo-o globalmente nesse processo, exige hoje articular a luta pela paz com a defesa do Estado social e o resgate da soberania democrática.




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Maria João Marques, colunista do Público e comentadora na SIC, decidiu brindar-nos com esta frase na sua recente coluna no jornal Público. A soez insinuação de que a esquerda é apologista de agressões e violações, ou que as desvaloriza, não é novidade nesta senhora. Em 2024, a propósito da libertação de Assange, escreveu na rede social X: "(...) a extrema esquerda está a celebrar um muito provável abusador sexual.". Maria João Marques é um bom exemplo do vazio que ganhou palco e debita "opinião".


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Tenho visto por aí muitos comentários de malta que está sempre muito preocupada com o PCP. Dizem que o PCP tem de evoluir pois não vai lá com este tipo de discurso, porque o PCP faz falta e não é bom se desaparecer do parlamento. Para essa malta tenho uma simples pergunta: e votar no PCP? Votam?