quatro da manhãsono agitado por sonhosde viagens quenão podem ser compreendidasde lugares quenão podem ser entendidosa casa rangecomo as articulações do infinitoos corredores cheiosdo aroma intoxicanteda podridão doce das goiabasbananas abacates ananasesfruta de uma vidasaberes que os corpos celestes estão à noite em chamas até que a luz da madrugada os extingue saberes que a montanha é uma sombra negra repleta dos sons abafados da vida que amassa na terra saberes que a montanha cuspirá estrelas com mapas de viagens que não podem ser compreendidas saberes que o oceano está sempre ali à noite uma trémula faixa negra saberes também que compreendê-lo nunca descreverá o oceano e saberes que és uma pessoa no meio de pessoas que vagueiam no fogo da morte e saberes que os teus apenas aqui estão para partir que o amor é construído e o riso e o choro e toda a gente tem um sonho como uma pedra transformada em bandeira numa paisagem nocturna a viagem que não pode ser entendida deve ser explicada na fraca luz que não pode ser compreendida até aqui: tu e os teus e nós e também eu o crepúsculo o silêncio antes do canto das aves com este vago verso desenhado no vislumbrar do vazio: as rimas do amor recitais de pesar um pedido de ajuda à relutância da luz morta que há muito se foi e que é agora apenas chama cicatrizes histórias murmuradas de viagens que não podem ser compreendidas para um desaparecer que não pode ser conhecidoSeapoint, 7 de Outubro 2015em die na-dood, a partir da tradução do africânder para inglês de John Mateer, Human & Rousseau, 2017, pp. 205-7.
Versões: Breyten Breytenbach
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