Uma canção no quintal da frente
Passei toda a vida no quintal da
frente.
Quero espreitar o quintal de trás
Por tratar, onde crescem famintas ervas daninhas.
Uma rapariga cansa-se de rosas.
E talvez descer pela viela abaixo,
Onde as crianças do asilo brincam.
Quero passar bem o dia.
Elas fazem coisas maravilhosas.
Divertem-se alegremente.
A minha mãe desdenha, mas tudo bem,
Porque não vão para dentro às nove menos um quarto.
A minha mãe diz que a Johnnie Mae
Vai crescer e tornar-se numa mulher leviana.
Que mais cedo ou mais tarde o George vai preso
(No Inverno passado vendeu o nosso portão das traseiras)
Mas está tudo bem. A sério que está.
Também gostaria de me tornar numa mulher leviana,
E usar corajosas meias e ligas negras como a noite
E andar pelas ruas toda maquilhada.
em The New Anthology of American Poetry – Postmodernisms: 1950–Present,
Volume III, Rutgers Universaty Press, p. 109
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