Ponto de partida
Um poema condenado ao ócio.
Os seus dezoito versos apanham o autocarro
e guardo na carteira — desenhos animados —
dois bilhetes com destino à garganta.
O teu pretexto, apenas uns cêntimos, um sorriso:
ganhar-te assim, renegando a de Espronceda*.
Os teus beijos são a desculpa do verão.
em Um día negro en una casa de mentira (1998-2014), Vísor Libros, 2015, p. 55 * José de Espronceda (1808-1842) foi um poeta romântico espanhol, sendo um dos mais representativos do século XIX.
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