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Às vezes, pelas ruas onde caminho, cruzo-me com uma senhora que fala sozinha e que acompanha com gestos os seus monólogos. Aponta para as pessoas que passam por ela e diz "esta já me quis matar" ou "este também está metido nisto" e "aquele ali é o tal". As pessoas que passam por ela, e que são alvos da sua fúria, ignoram-na por completo. De certeza que a conhecem melhor do que eu. Já não se espantam, assustam. Ao contrário de mim.

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