Rui Knopfli
Uso Particular
do lado esquerdo
Julho 2017
Em Julho deste ano (2017), uma pequena editora de Coimbra publicou uma
antologia dum poeta. A editora é a do lado esquerdo, a antologia é Uso Particular e o poeta Rui Knopfli.
Basta uma pequena pesquisa no Google (utilizando o nome do poeta) e encontramos
um texto assinado por Diogo Vaz Pinto sobre Uso
Particular, com data do dia 28-07-2017 e publicado no Jornal I. Repito: basta colocar o nome do poeta. Mas alguma crítica
encartada deste país continua a considerar que tal facto não é digno de nota,
e, mais do que uma vez, reiterou que a antologia que a Tinta da China acaba de
publicar é aquela que vem resgatar o poeta do esquecimento, vinte anos após a
sua morte.
Tal facto leva-me a supor duas coisas: ou alguma
crítica encartada não sabe utilizar o Google ou alguma crítica encartada
descarta as pequenas editoras, pois, a maior parte das vezes, estas não lhes
oferecem exemplares. Falta de publicidade e de divulgação não é de certeza.
Este género de atitude não é novidade. As pequenas
editoras, que essencialmente só publicam poesia e têm vindo a divulgar vários e
novos autores, resistindo ao espectáculo deplorável das grandes superfícies
onde se vendem livros, vêem-se relegadas para segundo plano, ou para plano
nenhum. É claro que pode ser alegado que as pequenas editoras, elas próprias,
se remetem à penumbra, à margem. E haverá outra maneira de não chafurdar na
merda?
O bom disto tudo é que, no espaço de um ano,
Portugal viu publicar duas antologias de Knopfli. Valha-nos, ao menos, isso.
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