E, no entanto, nada existe no mundo que possa
impedir o homem de sentir-se nascido para a liberdade. O que quer que advenha,
jamais ele poderá aceitar a servidão, pois nele existe o pensamento. Jamais
cessou de sonhar uma liberdade sem limites, quer sob a forma de uma felicidade
passada, da qual, por castigo, teria sido privado, quer como felicidade
vindoura, que lhe seria devida através de uma espécie de pacto com uma
providência misteriosa. O comunismo concebido por Marx é a forma mais recente
deste sonho. Tal sonho, como todos os sonhos, sempre permaneceu vão, e se
através dele alguma consolação adveio foi semelhante àquela oferecida pelo
ópio; é já tempo de renunciar a apenas sonhar a liberdade e decidir concebê-la.
em Reflexões sobre as causas da
liberdade e da opressão social, tradução de Maria de Fátima Sedas Nunes,
Lisboa: Antígona, 2017, p. 73.
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