Wash my face in fields of green
Take me to the stars for free
Peter Murphy
Ruas e ruas. Transversais, paralelas, oblíquas. A noite e os seus
candeeiros. O vento, lá fora. Falta pouco para o silêncio enternecedor dos
prédios, quando todas as janelas se fecham e a vida parece, apesar de tudo,
simples. E devagar regressamos a uma penumbra que nos é familiar, que
construímos ao longo dos anos. Poucas coisas nos servem de consolo. Poucas
coisas. Mesmo assim: persistimos na vertigem. Avançamos deserto dentro. Talvez
seja esta a única maneira de nos sentirmos verdadeiramente vivos. A verdade (e que importa a verdade?) é que nunca
aprendemos a sentir de outra maneira.
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