Sou daqueles que ainda acredita
que a poesia serve para alguma coisa. Também acredito que ela cumpre
o objectivo “de aproximar pessoas e de diluir fronteiras”[1].
Acredito nisto porque foi o que sucedeu comigo. Foi a poesia que me
aproximou de certas pessoas; foi ela que diluiu as fronteiras
existentes. Os afastamentos, que inevitavelmente aconteceram, nunca
estiveram relacionados com a poesia, mas sim com o facto de as
pessoas, de quem me afastei, não me interessarem, pela simples razão
de não me identificar com elas. Nunca a poesia se intrometeu na
separação. Tenho amigos dos mais diferentes quadrantes
estéticos/poéticos/religiosos; mas todos estão no mesmo quadrante ético. E
isso, senhoras e senhores, é o que realmente importa. Interessa.
Pelo menos a mim.
______________________________________________
[1] Manuel
de Freitas, Ubi Sunt, Lisboa: Averno, 2014, p. 35.
Sem comentários:
Enviar um comentário