Versões: Efrim Menuck


Blues para uma bandeira morta


O carro arde e não há condutor ao volante
E os esgotos estão entupidos com centenas de suicídios solitários
E um vento negro sopra

O governo é corrupto
E nós estamos demasiado pedrados
Com a rádio ligada e as cortinas corridas

Estamos presos na barriga desta máquina horrível
E a máquina sangra de morte

O sol já se pôs
E os reclamos luminosos estão com cio
E as bandeiras estão todas mortas no alto dos mastros

Foi assim que aconteceu:

Os edifícios ruíram sobre si mesmos
Mães procuravam bebés
Por entre o entulho
E puxavam-nos pelos cabelos

Era magnífico o horizonte a arder
Todo ele metal retorcido que apontava para o céu
Tudo purificado numa fina neblina laranja

Disse, “Beija-me, és linda –
Estes são realmente os dias do fim”

Agarraste a minha mão
E caímos
Num sonho
Ou febre

Acordámos uma manhã e caímos um pouco mais
De certeza que este é o vale da morte

Abri a carteira
E estava cheia de sangue


Efrim Menuck, «Dead Flag Blues» em Godseepd You! Black EmperorF♯A♯∞, Constellation Records, 1997.


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