Coimbra tem, porventura, a avenida mais feia que conheço. Não conheço muitas, mas a Avenida Fernão de Magalhães é a mais feia avenida que alguma vez tive a oportunidade de conhecer. Nada tem a seu favor. Nem mesmo as putas que à noite passeiam, pelos passeios, o cio dos outros. É uma avenida de prédios sujos, frios; de lojas que cheiram mal; de cafés mal-amanhados que servem sandes-de-tudo-e-mais-alguma-coisa. Como avenida que se preze, tem os seus arrumadores. Já muito se escreveu sobre arrumadores e seus trejeitos. Mas não sei se alguém um dia escreveu sobre os arrumadores da Avenida Fernão de Magalhães. Também eles, os arrumadores, são feios: seres presos a um braço que se agita inerte. Ouvi, um dia, que esta era a avenida mais poluída da Europa. Nunca verifiquei, na literatura disponível e especializada, a veracidade de tal afirmação. No entanto, não deve estar muito longe da verdade: os muitos carros, autocarros, escarros, motas e outras questões (como, por exemplo, o ruído constante de constantes obras) dão algum crédito à afirmação supra citada, mas nunca por mim confirmada. Não há nada que possa redimir, pelo mais alto, esta avenida. Nem mesmo as apressadas ninfas e ninfetas (que junto ao Mondego terão outro nome) atrasadas para o último autocarro.
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