O truque era sempre o mesmo: fazer de conta que não existia. O problema é que nunca fui muito bom a não dar nas vistas. Tenho um natural tendência para falar alto, rir, dizer uma piada. Nem mesmo o negro que vestia ajudava: era razão acrescida para repararem em mim. E a cidade era demasiado pequena. Mas era uma cidade. A primeira que habitei, cujas ruas percorri sozinho, à noite, sem ninguém nas ruas. Só mais tarde, nessa noite lisboeta perdida no ano de 1998, voltei a ter sensação parecida. Mas não foi, definitivamente, a mesma coisa.
Sem comentários:
Enviar um comentário