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E esta chuva que me anima, que proclama a minha finitude. Este céu cor de chumbo, que não há outra cor para ele, pesado como está. Os dias sem nome. Que nome para eles? Como um dia escreveu o Rui Costa: «cabemos inteiros/no mundo, às vezes/acordamos com os pés/fora da cama:/somos pequenos,/somos tão grandes.». Mas que fazer quando nem pequenos nem grandes nos sentimos? 1º de Maio passado no sofá. Ficar triste com as notícias da televisão. Cada vez mais me convenço que somos governados à romana: pão e circo. Triste. Uma colega diz: 100 euros no orçamento familiar fazem toda a diferença! E eu, ingénuo, pergunto: e a dignidade, não conta? Parece que não.

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