Pavese



Podia começar este texto a dizer: antes de conhecer Pavese eu já sabia que trabalhar cansa. Mas vou começar de uma forma menos original. Aqui vai: ainda não fui a Itália. Ainda não andei de bicicleta pelas suas estradas campestres ao som dos Beirut (que penso terem a música mais adequada para passeios de bicicleta por Itália). Mas quando li A Lua e as Fogueiras foi como se tivesse (e ainda os Beirut não existiam). Foi desta maneira que cheguei a Pavese. Só mais tarde encontrei a sua poesia e aquele poema muito conhecido da morte e dos olhos. Ainda não me atrevi a ler-lhe os diários. Os excertos que li por aí foram o suficiente para ficar a saber que aquilo não deve ser fácil de digerir. Um dia irei munir-me de Eno e anti-ácidos. Tentarei, depois, a leitura. Mas duvido que o Eno e os anti-ácidos sirvam para alguma coisa.

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