Manuel Fernando Gonçalves




Aconteceu em Abril de 2010. Descobrir um novo poeta é sempre fantástico. Aconteceu comigo em relação a Manuel Fernando Gonçalves e com o seu livro Caos: «Julgava adivinhar-te, num ângulo/preciso da noite, convidas/sempre, em outro lugar, apenas/ofegante.». A poesia de Manuel Fernando Gonçalves é assim mesmo: uma espécie de murro no estômago, mas um murro que sabe bem. Depois foi o encontro com Coração Independente: «Há quem escreva pelo que experimenta/da vida e, dessa maneira, seja torpe ou ténue,/nunca diga, do registo do corpo, o que falta/de novas feridas, de alegres sobressaltos./Há quem viva pelo que leu, escritos,/colados aos poemas, os dias da dor e da ira/e não saiba que são cortesias/de quem tudo sabe sobre as palavras» (p.62). E um dia tentei cumprir uns certeiros versos dele: «Levei-me a passear / pela trela e ladrei / às próprias sombras / como se não soubesse / serem minhas / as extensões do corpo.». Só que encurtei bastante a trela, não fosse partir por aí e nunca mais voltar. Manuel Fernando Gonçalves é mais um que ficou de fora da Antologia. Tem livros publicados na Frenesi, & etc e Assírio & Alvim. Tudo editoras de referência (é o que dizem, pois para mim qualquer editora que publica poesia é de referência). Partilha um blogue com Helder Moura Pereira. Está ali na coluna do lado. Podem começar a procurar.

1 comentário:

Anónimo disse...

n.ao.ficou.fora-quem.ficou.fora.dele.foi.quem.sabe.11a.antologia..