Em Manteigas, durante muito tempo, era mais fácil sintonizar a TVE do que a RTP. Devido a isso ganhei o hábito de ver televisão espanhola. Foi num programa da TVE2 (o equivalente à nossa RTP2, só que muito melhor), num Sábado à noite, que vi e ouvi pela primeira vez Leopoldo María Panero. Durante uma hora de programa bebeu muita Coca-Cola e foi, se a memória não me falha, uma ou duas vezes à casa-de-banho. Já não sei quantos cigarros fumou. Só mais tarde (como muitas coisas na minha vida) é que fiquei a conhecer a sua poesia. Sempre tive um fascínio por este género de autores, autênticos suicidados da sociedade (Artaud). Na altura, não sei se Leopoldo María Panero estava internado no hospício de Mondragón. Sei apenas que estava internado em algum lado. Evitou falar da mãe. Vá-se lá saber porquê.
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