Discos pedidos (26)



Não posso precisar quando foi. Apenas que sei que algures li o seu nome num poema. Sim, foi isso. Li esse poema num dia como o de hoje. Para mim os dias em que recordo outros dias são sempre um dia igual a hoje. Alguém poderá dizer assim os dias são sempre iguais para ti. Sim, são. Acordo, levanto-me, sinto que estou vivo. Depois tomo o café. Penso nos dias até ao dia de hoje e sei que ainda estou aqui. No fundo – apesar do meu pessimismo congénito – e em segredo, agradeço todos os dias em que os meus olhos vêem a luz do dia e dos dias. Sei (como não podia deixar de saber?) que um dia irei partir. Às vezes isso deixa-me lixado e penso naquelas sábias palavras proferidas por alguém que desconheço: “vimos ao mundo sem pedir e partimos sem querer”. E no fundo essa é a única verdade. O resto, tudo aquilo que fazemos pelo meio, não interessa lá muito. Mas é tão bom fazê-lo.

1 comentário:

A. disse...

O resto, o que fazemos pelo meio, é a única coisa que interessa.