Em 2001 eu estava muito longe de me encontrar com a poesia de Joaquim Manuel Magalhães. Utilizo o verbo encontrar de propósito, porque não me atrevo a utilizar o verbo conhecer. O encontro aconteceu em 2004, quando estava em Silves e me inscrevi na Biblioteca Municipal. O primeiro livro que li de Joaquim Manuel Magalhães foi Os dias, pequenos charcos (1981). Seguiram-se Segredos , Sebes, Aluviões (1981) e Uma Luz com Um Toldo Vermelho (1990). Mas, voltando a 2001. Foi nesse ano que Joaquim Manuel Magalhães publicou Alta Noite em Alta Fraga. Nele está publicado Laminagem. Considero que esse poema, Laminagem (bem como o livro na sua totalidade), deu o mote para muita da poesia que se escreveu nas décadas seguintes, nomeadamente ao nível do tom (se entendermos tom como estilo).
Agora que Joaquim Manuel Magalhães publica Para Comigo (2018), dando continuidade àquilo que iniciou com o livro Um Toldo Vermelho (2010), muitos são já aqueles que, devedores da sua poética e da sua veia crítica, começam a distanciar-se, talvez com medo de que o exercício de depuração e rasura, de Joaquim Manuel Magalhães, os contamine. Todavia, muita da actual poesia portuguesa (nomeadamente aquela publicada na última década) beneficiaria com uma elevada dose de depuração e rasura, tendo em conta o excesso de verborreia que nela se encontra (1).
(1) Devo, no entanto, fazer uma chamada de atenção para o trabalho de depuração e rasura de Jorge Melícias. Apesar de se encontrar, do ponto de vista poético e crítico, do lado oposto ao de Joaquim Manuel Magalhães, Melícias tem levado a cabo um trabalho de rasura na sua obra poética, trabalho esse que pode ser verificado no volume Hybris (2015). Considero aqui o exemplo de Jorge Melícias tendo em conta que publicou o seu primeiro livro em 1994.
Agora que Joaquim Manuel Magalhães publica Para Comigo (2018), dando continuidade àquilo que iniciou com o livro Um Toldo Vermelho (2010), muitos são já aqueles que, devedores da sua poética e da sua veia crítica, começam a distanciar-se, talvez com medo de que o exercício de depuração e rasura, de Joaquim Manuel Magalhães, os contamine. Todavia, muita da actual poesia portuguesa (nomeadamente aquela publicada na última década) beneficiaria com uma elevada dose de depuração e rasura, tendo em conta o excesso de verborreia que nela se encontra (1).
(1) Devo, no entanto, fazer uma chamada de atenção para o trabalho de depuração e rasura de Jorge Melícias. Apesar de se encontrar, do ponto de vista poético e crítico, do lado oposto ao de Joaquim Manuel Magalhães, Melícias tem levado a cabo um trabalho de rasura na sua obra poética, trabalho esse que pode ser verificado no volume Hybris (2015). Considero aqui o exemplo de Jorge Melícias tendo em conta que publicou o seu primeiro livro em 1994.
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