A propósito da histeria em torno da inclusão de António Lobo Antunes na Biblioteca La Pléiade, eis aquilo que penso, socorrendo-me das palavras de Ruben A.:
O Centenário de Dom Raymundo ia comemorar-se na Torre da Barbela com todos os ingredientes de magno acontecimento. Festejava-se o valor de uma poesia e astuciosamente o de uma raça que tinha parido tão naturalmente um poeta de cantares da nossa terra. Dos concelhos limítrofes haviam-se nomeado comissões e dos distritos circum-vizinhos sub-comissões que se reuniam nos dias pares do mês para deliberarem das comemorações; a estas foi decidido dar um cunho e um significado que bem testemunhassem do alto valor intelectual de um povo. Dom Raymundo andava encantado. Era a primeira vez que festejavam em vida o seu centenário. Na Barbela não se falava de outra coisa.
em A Torre de Barbela, Lisboa: Assírio & Alvim, 2ª edição, 2005, p. 85.
2 comentários:
É porreiro atacar o Lobo Antunes até porque é fácil dada a soberba que a velhice q.b. dos últimos 15 anos lhe foi dando. O estranho é a arrogância de quem é medíocre como o autor deste blog achar-se no direito de acalmar as massas. Alguém que vai com papel vegetal buscar imagens a poemas alheios, quem baralha e vomita a seguir e edita o vómito mais ou menos seu nem que seja pelo mau gosto da transformação, é o novo polícia da pradaria literata?
Ah, e esse tom de fastio constante de zombie também não ajuda na candidatura ao emprego...
(e claro que sim, que os pouco talentosos e meio mortos podem ser bons observadores, mas pelo menos que seja com uma remela de vida nos olhos)
Caro ennui all over again,
muito obrigado pelo seu mui precioso comentário.
Volte sempre.
Com os melhores cumprimentos.
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