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para manuel a. domingos

Começas a não ter paciência para insultos anónimos, ou outros em que não são nomeadas pessoas e  o leitor que descubra. Mas, verdade seja dita, o que podes fazer? Tens sempre a escolha de não ler. Essa é, sem dúvida, a melhor solução. Mas há em ti uma espécie de curiosidade mórbida que te impele à leitura, que te leva a ler e depois a remoer, a remoer e a insultar entre dentes. Não resistes à tentação de assistir em directo a transformação de crápulas em bestas-quadradas. O mundo, afinal, é deles, e não te era necessário ler romances, ou poemas, para o descobrir. E não venhas agora com essa coisa da tua origem humilde, pois a humildade não é para aqui chamada. Não, não é para aqui chamada, repito, principalmente depois de tu próprio teres escrito livros de poemas e outras coisas. Devias, sem dúvida alguma, olhar-te mais vezes ao espelho com olhos de ver. Isso de nele te olhares todos os dias pela manhã, depois do banho tomado, não conta. Não há sabonete que te valha. Se reparares bem: continuas a feder. 

2 comentários:

Jorge Melícias disse...

"Reparares" e não "repares". Quanto ao resto tudo de acordo.

manuel a. domingos disse...

obrigado pelo reparo.