Discos pedidos (168)




Noite. Trago a cidade comigo. A roupa repousa nas costas da cadeira. Lá fora os carros percorrem a alameda. Ninguém nos passeios. No prédio em frente vejo, finalmente, luzes. Durante muito tempo pensei que era um prédio desabitado. Hoje, finalmente, luzes. Nada de movimento. Apenas as luzes marcam presença, dizem-me que ali, afinal, há alguém a viver. Deste lado ouço, também, o vizinho de cima pela primeira vez. Arrastou uma cadeira. "Já é tarde para arrastar cadeiras", penso. Mas os olhos pesam. Nada a fazer.

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