Discos pedidos (72)




Durante muito tempo usámos o preto. Fizesse frio, ou calor. A cidade era a companheira ideal: nevoeiro q.b., uma catedral a vigiar lá no alto e um bar numa cave. Era lá que muitas vezes passávamos a noite, por entre pipocas salgadas e shots de mescal. Ainda hoje, passados tantos anos, não consigo olhar para uma garrafa de mescal sem sentir um arrepio na espinha. A uma certa hora da noite o fumo era tanto que os olhos choravam. Nessa altura lembravam-se de ligar o extractor. O fumo desaparecia e o ar ficava mais fresco. Às vezes ainda recordo a roupa a dormir no corredor para não empestar o quarto. 

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