Há algum tempo que ando para escrever um textinho sobre Foucault, que isto de andar sempre a queixar-me e a contar a minha vida não dá com nada. É claro que também pretendo elevar a seriedade deste blogue. O problema é que nunca li nada de Foucault, apesar de ter um livro dele – É preciso defender a Sociedade (Livros do Brasil, 2006) –, livro que tentei ler mas sem sucesso, pois sempre que tento ler filosofia (especialmente francesa) começo a ter comichão num sítio que eu cá sei. É devido a isso que a escrita do tal texto tem sido adiada e adiada. É claro que escrever sobre um autor que nunca se leu é tarefa fácil. Na realidade nunca se lê um autor na sua totalidade. Podemos até questionar se alguma vez lemos, na realidade, um autor – mesmo que se tenha lido toda a sua bibliografia. Um caso óbvio, penso eu, é o de Jorge Luís Borges. Será que lemos mesmo Jorge Luís Borges quando lemos Jorge Luís Borges? Não será Jorge Luís Borges escritor o reflexo de Jorge Luís Borges bibliotecário que por sua vez poderá ser o reflexo de Jorge Luís Borges apenas homem sem ser escritor ou bibliotecário?
2 comentários:
E eu achar que nos ias dar uma perspectiva diferente do "As Palavras e as Coisas" ou do "Vigiar e Punir", e afinal conseguiste fazer um post inteiro sem dizer nada sobre o senhor dos dispositivos de poder e da sexualidade!
«Yo, por mi parte, no tengo fe alguna en mi obra; pero, en cambio, siento una gran curiosidad por todo lo que está cerca de mí, y nada tan cerca de mí como yo mismo.» Escrito por Pío Baroja, não sei se o Foucault já se tinha inventado, e suicidado pelo contributo para a confusão que armou
Enviar um comentário