O conforto


A neve durou pouco. O frio é que se mantém. Aqui em casa o aquecimento central dá-me um certo conforto, mas lembra-me versos de José Miguel Silva:
Não fui eu que negociei com o régulo o despejo
de resíduos tóxicos no mar da Somália, é verdade.
No entanto, tenho luz em casa, água quente, combustível…
e sexta-feira à tarde lá vou eu com a Joana ao Alto Douro.*
Às vezes a poesia tem destas coisas.

*em Movimentos no Escuro, Lisboa: Relógio D'Água, 1ª edição, 2005, p. 54.

Sem comentários: