Bach ou o silêncio (3)


Por exemplo: as Suites para Violoncelo. É nas pausas, nos silêncios, que mais vezes ouvimos o violoncelo respirar, recuperar o fôlego. Diz-nos algo que está para lá das palavras (que Bach me perdoe o cliché). Há uma Voz que nos diz que não devemos ter medo, que tudo irá correr bem. Essa Voz só pode ser concebida através da música. É aí que reside toda a grandeza de Bach: nessa Voz que só a música pode criar, pois de outra maneira ela seria ruído, estrondo.

4 comentários:

Miguel Costa disse...

Manuel, excelente escolha!
Já agora, qual o intérprete que tens ouvido?

Já agora, escolhi uma interpretação de Bach por Pau Casals que podes ver no nuvemdepo.

Abraço!

manuel a. domingos disse...

para o melhor ou pior são as Suites para Violoncelo por Yo-Yo Ma. foi as que consegui arranjar. vou lá ouvir

sara disse...

epá, Yo-Yo Ma não (não desfazendo) mas nas suites: Casals, sem dúvida.

MJLF disse...

Para o Vladimir Jankélévitch, o inefável é mistério poético da música. É uma arte temporal, feita do contraponto de som e silêncio - isso diz o Boulez - e o que o mestre Bach do contraponto arquitectou para o violoncelo, esse instrumento grave de cordas a solo, o Casals entendeu-o de corpo e alma.
Maria João