Avaliação
Esta semana levei o meu primeiro raspanete enquanto professor contratado e não inserido na carreira docente. Esqueci-me de cumprir uma actividade que tinha sido acordada em Departamento e que faz parte da planificação anual. Até aqui tudo bem. Mereci o raspanete. Nem procurei, sequer, justificar-me: esqueci-me, não cumpri, desleixei-me, mereço repreensão. Justo. Só não gostei da parte em que me foi dito que «devia ter mais cuidado, pois nesta altura do campeonato…». Fica subentendido que “campeonato” é a Avaliação do Desempenho. Esse Papão. Começo a sentir na Escola, depois de muita indignação inicial, uma vontade enorme de começar a avaliar. Nada é mais afrodisíaco que o Poder – nem que seja o Poder mais insignificante – e é bem verdade. Toda a gente foi contra a divisão da carreira docente em dois grupos: professores titulares e professores. Mas alguns começam a puxar dos “galões”. E eu só tenho é que dar os parabéns ao Governo. Bem vistas as coisas os professores são quase 150 mil. Se batessem o pé todos ao mesmo tempo, os sismógrafos assinalariam um pequeno terramoto. Mas, desta maneira, não há ninguém que bata o pé, a não ser, talvez, para espezinhar quem está por baixo.
Esta semana levei o meu primeiro raspanete enquanto professor contratado e não inserido na carreira docente. Esqueci-me de cumprir uma actividade que tinha sido acordada em Departamento e que faz parte da planificação anual. Até aqui tudo bem. Mereci o raspanete. Nem procurei, sequer, justificar-me: esqueci-me, não cumpri, desleixei-me, mereço repreensão. Justo. Só não gostei da parte em que me foi dito que «devia ter mais cuidado, pois nesta altura do campeonato…». Fica subentendido que “campeonato” é a Avaliação do Desempenho. Esse Papão. Começo a sentir na Escola, depois de muita indignação inicial, uma vontade enorme de começar a avaliar. Nada é mais afrodisíaco que o Poder – nem que seja o Poder mais insignificante – e é bem verdade. Toda a gente foi contra a divisão da carreira docente em dois grupos: professores titulares e professores. Mas alguns começam a puxar dos “galões”. E eu só tenho é que dar os parabéns ao Governo. Bem vistas as coisas os professores são quase 150 mil. Se batessem o pé todos ao mesmo tempo, os sismógrafos assinalariam um pequeno terramoto. Mas, desta maneira, não há ninguém que bata o pé, a não ser, talvez, para espezinhar quem está por baixo.
3 comentários:
Essa foi apenas uma entre várias, em jeito de aviso/ameaça.
Um dos problemas da avaliação é esse mesmo. Por muito que custe faz bem ao ego de muita gente.
Desculpa, não pretendia enviar comentário anónimo. Não faz o meu género.
Sou apenas uma colega que dá aqi umas espreitadelas de vez em quando.
creio que o que aqui escreve prova a urgência da redefinição de "tolerância". valor que se está a perder a meu ver vertiginosamente.
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