Pau para toda a obra
Factotum é o segundo romance de Charles Bukowski (1920-1994), onde, mais uma vez, nos encontramos com essa fascinante personagem que é Henry Chinaski, alter-ego de Charles Bukowski. Ou será o contrário?
Em Factotum encontramos Henry Chinaski nos anos da II Grande Guerra. Inapto para o serviço militar e sem habilitações suficientes para arranjar um emprego decente, Chinaski vaguei de cidade em cidade: Miami, New Orleans, St. Louis, New York, Los Angeles: à procura de uma oportunidade. Em cada uma das cidades tem um ou vários empregos. A sua filosofia é a seguinte: manter um emprego o tempo suficiente para ter direito ao subsídio de desemprego e depois fazer algo para ser despedido.
A escrita é crua e directa, sem artificialismos, onde os diálogos são privilegiados em detrimento das descrições, mantendo o leitor sempre atento e agarrado à leitura. Bukowski escreve sobre tudo e todos, sem paninhos quentes. Escreve sobre a Guerra, o Amor, a Morte, a Vida. O interesse pelo lado mais marginal da vida mantém-se. O interesse pelos marginais/marginalizados, também. Desde do início que Bukowski traçou a sua filosofia de escrita: escrever como se escrever fosse andar. Muitos acusaram-no de escrever sempre sobre as mesmas coisas – bebida, mulheres, sexo, corridas de cavalo, bebida, mais bebida e as inevitáveis ressacas. Factotum demonstra quanto esses críticos se enganaram. É claro que a bebida está presente e o sexo também (não tanto como em Post Office ou Women), no entanto, ele encerra em si parte do pensamento político de Charles Bukowski. O autor é alguém preocupado com o caminho que o Homem traçou, um caminho que, pouco a pouco, lhe vai retirando a sua essência, a sua liberdade. Bukowski quer um Homem absolutamente livre e rejeita um sistema que castra o Homem da sua individualidade.
Será Factotum um romance autobiográfico»? Tudo leva a crer que sim. Sabemos que Bukowski levou uma vida de saltimbanco. Chinaski é alguém que quer ser escritor. Bukowski tem problemas com a bebida e as mulheres. Chinaski também. É certo que tudo pode ser ficção. Contudo, nunca a ficção esteve tão próxima da realidade como em Charles Bukowski.
Factotum é o segundo romance de Charles Bukowski (1920-1994), onde, mais uma vez, nos encontramos com essa fascinante personagem que é Henry Chinaski, alter-ego de Charles Bukowski. Ou será o contrário?
Em Factotum encontramos Henry Chinaski nos anos da II Grande Guerra. Inapto para o serviço militar e sem habilitações suficientes para arranjar um emprego decente, Chinaski vaguei de cidade em cidade: Miami, New Orleans, St. Louis, New York, Los Angeles: à procura de uma oportunidade. Em cada uma das cidades tem um ou vários empregos. A sua filosofia é a seguinte: manter um emprego o tempo suficiente para ter direito ao subsídio de desemprego e depois fazer algo para ser despedido.
A escrita é crua e directa, sem artificialismos, onde os diálogos são privilegiados em detrimento das descrições, mantendo o leitor sempre atento e agarrado à leitura. Bukowski escreve sobre tudo e todos, sem paninhos quentes. Escreve sobre a Guerra, o Amor, a Morte, a Vida. O interesse pelo lado mais marginal da vida mantém-se. O interesse pelos marginais/marginalizados, também. Desde do início que Bukowski traçou a sua filosofia de escrita: escrever como se escrever fosse andar. Muitos acusaram-no de escrever sempre sobre as mesmas coisas – bebida, mulheres, sexo, corridas de cavalo, bebida, mais bebida e as inevitáveis ressacas. Factotum demonstra quanto esses críticos se enganaram. É claro que a bebida está presente e o sexo também (não tanto como em Post Office ou Women), no entanto, ele encerra em si parte do pensamento político de Charles Bukowski. O autor é alguém preocupado com o caminho que o Homem traçou, um caminho que, pouco a pouco, lhe vai retirando a sua essência, a sua liberdade. Bukowski quer um Homem absolutamente livre e rejeita um sistema que castra o Homem da sua individualidade.
Será Factotum um romance autobiográfico»? Tudo leva a crer que sim. Sabemos que Bukowski levou uma vida de saltimbanco. Chinaski é alguém que quer ser escritor. Bukowski tem problemas com a bebida e as mulheres. Chinaski também. É certo que tudo pode ser ficção. Contudo, nunca a ficção esteve tão próxima da realidade como em Charles Bukowski.
Charles Bukowski, Factotum, New York: Ecco, 1st edition, 2002.
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