1. A invasão da Ucrânia pela Rússia (invasão que repudiei desde o primeiro dia e que continuo a repudiar) trouxe um discurso — da parte de alguns sectores daqueles que não defendendo a invasão a gostam de enquadrar — muito próximo do discurso "negacionista" do início da pandemia. Termos como "pensamento único" e "merdia" povoam alguns dos textos que por aí se vão lendo (quando digo por aí refiro-me a blogues e outras redes sociais). O uso destes termos é, quanto a mim, um erro do ponto de vista da comunicação. Pessoalmente, descarto logo um texto a partir do momento em que leio os referidos termos (um outro é a utilização da sigla "PZP" quando alguém se refere ao PCP), pois eles nada acrescentam e não validam a opinião de quem escreve; muito pelo contrário: a utilização destes termos apenas descredibiliza quem os utiliza. Aliás, o termo "pensamento único" é, do meu ponto de vista, muito infeliz, porque bastante propenso ao ricochete. Aqueles que o utilizam nunca pensaram que também eles podem ser acusados de "pensamento único"? Ou consideram que a "minoria", onde supostamente se enquadram, anulará os efeitos da expressão?
2. As declarações de Biden, sobre a garantia dos Estado Unidos da América intervirem militarmente caso a China decida invadir Taiwan, são lamentáveis. Numa altura em que precisamos de tudo menos de outra guerra, as palavras de Biden são uma espécie de gasolina na fogueira. Sinceramente, não encontro diferença alguma entre as declarações de Biden e aquelas do "fire and fury" de Trump. Biden e a sua entourage apenas sabem usar talher. Nada mais. Não há qualquer diferença, em termos de expansionismo, entre democratas e republicanos, principalmente quando esse expansionismo traz com ele acoplado a indústria norte-americana de armamento. É sempre bom lembrar: desde o início da invasão da Ucrânia, por parte da Rússia, a indústria norta-americana de armamento (e por arrasto a europeia) cresceu dois dígitos.
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