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Para mim a situação chegou a um extremo. As nuances esbatem-se. Só há preto e branco. E todos nós sabemos o que acontece quando as nuances desaparecem: a tirania vence. O PCP é acusado de votar contra uma resolução da União Europeia (João Oliveira e João Ferreira já explicaram isso muito bem e não sou eu que irei acrescentar algo). Nessa resolução há pontos que vão contra princípios defendidos pelo PCP (leiam o Programa do Partido). Podemos concordar com esses princípios, ou não. Mas são princípios e ninguém gosta de abdicar dos seus. Por que razão haveria o PCP de abdicar? Para nos fazer a vontade e ficarmos todos descansados e mais sossegados? Talvez seja importante começarem a perguntar: considero que o PCP é (utilizo o presente de forma propositada, pois a importância passada é inegável) um partido necessário à nossa Democracia? As reivindicações do PCP são válidas no nosso estado actual? Ou vivemos no paraíso e não é necessário um Partido que nunca renegou a sua matriz (ser um partido de classe, que diz claramente quem defende, onde outros apenas esboçam sorrisos, palmadas nas costas, gavetas abertas e depois fechadas)? Considero importante começarem a fazer estas três perguntas, mas claro que poderão fazer outras. O importante é encontrarem respostas claras e inequívocas. E depois de as encontrarem, e tendo em conta os vossos princípios (pois não peço que deles abdiquem), procurem ser coerentes naquilo que fizerem com elas.

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