Não podemos, no momento, abolir a propriedade individual, não podemos neste instante dispor dos meios de produção necessários para trabalhar livremente; talvez ainda não possamos quando de um próximo movimento insurrecional; mas isto não nos impede, a partir de hoje, assim como não nos impedirá, amanhã, de combater continuamente o Capitalismo. Toda a vitória, por menor que seja, dos trabalhadores contra o patronato, todo esforço contra a exploração, toda parcela de riqueza subtraída aos proprietários e posta à disposição de todos, será um progresso, um passo rumo à anarquia. Assim, também, será um progresso todo fato que tenda a aumentar as exigências dos operários e a dar mais atividade à luta, todas as vezes que pudermos encarar o que tivermos ganhado, como uma vitória sobre o inimigo, não como uma concessão à qual deveríamos ser agradecidos, toda vez que afirmamos nossa vontade de tomar pela força, aos proprietários, os direitos que, protegidos pelo governo, subtraíram dos trabalhadores.
de “Rumo à Anarquia”, em Teoria Anarquista, Fortaleza: Organização Resistência Libertária, 2010, pp. 28-29.
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