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No outro dia iniciei a leitura dos ensaios completos de Jaime Gil de Biedma (El pie de la letra: Ensayos 1955-1979 [Crítica, Barcelona, 1980]). Biedma é um autor que muito admiro, principalmente como poeta, que, até agora, era a sua única vertente por mim conhecida.
     A leitura dos seus ensaios está a revelar-se bastante agradável, pois o autor não perde tempo com conjunturas, pensamentos, floreados. O fazer bonito não é o seu principal objectivo. Biedma procura, isso sim, dialogar consigo próprio e com a sua escrita. Ao falar doutros poetas e da sua poesia, Biedma está a falar de si mesmo, isto é, Biedma tem consciência que os outros são um elemento fundamental para uma melhor compreensão da sua própria poesia e do seu pensamento sobre aquilo que é poesia, ou sobre aquilo que poderá ser.

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