Livros (156)



O autor teve o cuidado de avisar o leitor: relatos. Não são contos. Não são estórias. São relatos. Depois das primeiras páginas, dos primeiros relatos, o leitor entende o aviso do autor. A Cidade de Cobre é um livro que nos coloca no centro daquilo que está a ser relatado. As técnicas cinematográficas, e a língua utilizada no cinema, não são estranhas ao autor: o travelling, por exemplo, é recorrente. Mas, aquilo que mais se destaca, é o uso da língua portuguesa. Certas estruturas inusitadas imprimem um tom muito peculiar e próprio, que pode ser considerado estranho ao início. Tal como na sua poesia, Gil de Carvalho cria todo um mundo próprio e original. Essa sua criação, esse mundo, não cede ao facilitismo, à escrita-a-metro. Um autor que merecia, sem dúvida, mais reconhecimento. 

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