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Manhã. Ouço Cecil Taylor. O gato todo ele bigodes arrepiados, porque é duro de ouvido, não aprova. Lá fora algumas nuvens tocam os prédios em frente e um resto de sol. De repente «hoje poderia sentir a exaltação, comer/polpa de flores, argila,/deitar-me no verão e serem/asas todo o veneno». Não é habitual isto acontecer. Acontecer-te. Olhas pela janela novamente. O resto de sol e as nuvens em frente desapareceram. Pensas no volátil que é o Tempo e concluis «entre demónios e paredes lisas» que nada disto é novo, te é novo, porque «por sete caminhos partimos,/por um regressamos».

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