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No capítulo V de Páginas II, Ruben A. faz um retrato mordaz da sociedade portuguesa das décadas de 30 ou 40 do século passado. A Sessão Solene é um conto (ou uma espécie de conto, pois com Ruben A. [e principalmente nas suas Páginas] nunca temos a certeza de nada, isto é, de que género literário falamos, e talvez devido a isso ele é um dos grandes autores "silenciados" do século XX português; cânone não é com ele e isso, no nosso país, torna tudo mais difícil) que pisca o olho ao surrealismo, sem ser surreal, tendo em conta a realidade do que é contado. E o mais impressionante é a actualidade do texto. Ainda há muita sessão solene neste país. Penso que cada vez mais.

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