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A tarde a meio. O gato dorme embalado pela música de Anouar Brahem. Lá fora não há ruído algum. Aqui dentro um livro espera-me. Começa a ser, para mim, cada vez mais difícil ler um livro até ao fim. Ou ando a ler os livros errados ou nada do que leio me interessa. Mas, mesmo assim, faço o esforço e leio tudo até à última linha, última palavra. Desta vez, e finalmente, Os Irmãos Karamázov, na tradução de Nina Guerra e Filipe Guerra. Tenho pena que seja uma edição que já respeita o Acordo Ortográfico (AO). Não deu para comprar o livro antes. Mas sempre pensei que os tradutores tivessem algo a dizer em relação à aplicação do AO. Sempre pensei que certas editoras se mantivessem afastadas do AO. Aquela que me causou mais perplexidade foi a Relógio D'Água, que iria resistir, principalmente pelo facto de ainda não ter sido "engolida" por um grande grupo editorial. Nada a fazer. Ou com AO ou sem AO, é para levar o livro até ao fim.

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