Discos pedidos (48)




Desordem. Há pouca luz a entrar pela janela. A suficiente para ver que há um corpo. Deitado. Roupa espalhada pelo chão. Nas costas de uma cadeira. Aqueles clichés do costume, quando se quer descrever uma cena como esta. Sente-se o ar quente. Talvez do duche acabado de tomar. Sim, talvez. Mas também pode ser da noite passada. Ou do calor que se faz mesmo sentir. Uma garrafa vazia a um canto. Mais um cliché e fica a cena rematada. Sentas-te. Toalha na cabeça. Observas o corpo. Cada recanto. Cada sinal. Apetece-te dizer um corpo é um corpo é um corpo. Só que um corpo, afinal, é o corpo.

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