Discos pedidos (29)



Trazias na mão algumas promessas. Não tinhas medo de falhar, pois era esse o teu objectivo. Falhar sempre e melhor. Tal qual o escritor irlandês que escrevia em francês e que eu, apesar dos teus conselhos, não li e ainda hoje também. O frio era uma coisa comum na cidade. Escrevi, mais tarde, que tem um nome diferente em cada rua. Não sei se sabes mas era de nós que falava. A mim, muitas vezes, faltava-me a esperança. Até mesmo a esperança de um dia falhar. Não sabia, ainda, que todos nós estamos fadados ao falhanço. Na realidade é a única coisa em comum que todos nós temos: estamos todos condenados ao falhanço. Só que alguns de nós falham sempre e melhor. Outros nem por isso. É o meu caso. Não sei qual será o teu. Ainda.

Sem comentários: