Um poema de Jorge Guimarães



O Sonho

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Porque viviam em sonhos repetiam
as frases absurdas que chamavam
slogans. Sempre que um doido lhes mostrava
o assassínio em massa, as hecatombes
enchiam os matadouros.
Mataram-se por vício, por gosto ou por
maldade. Praticavam a religião do sacrifício.


em O Tempo das Estátuas, Lisboa: Guimarães Editores, 1ª edição, colecção Poesia e Verdade, 1992, p. 29.