50 livros que os meus amigos devem ler para ficarem a conhecer melhor a minha pessoa e confirmarem que me armo ao pingarelho (3)



As nossas leituras, na maior parte das vezes, baseiam-se noutras leituras. Os livros que lemos trazem outros livros que trazem outros livros e por aí em diante. Lembro-me que li sobre Gilles Lipovetsky e sobre o livro em questão. Comprei-o e li-o durante umas férias de Verão. Foi muito interessante estar a lê-lo enquanto apanhava sol na praia e observa certos comportamentos humanos. Tenho o livro com bastantes anotações e frases sublinhadas. Parágrafos, por vezes, inteiros. A edição francesa é de 1983. A edição portuguesa que possuo é de 2007 (pelo menos o Depósito Legal é desse ano). No prólogo o autor esclarece-nos: «Uma ideia central governa as análises que se seguem: à medida que as sociedades democráticas se desenvolvem, a sua inteligibilidade revela-se à luz de uma lógica nova, a que chamamos aqui o processo de personalização, sendo que este não pára de remodelar em profundidade o conjunto dos sectores da vida social.» (pp. 7-8). É claro que para melhor entender o que o autor quer com isto dizer devemos ler o resto do livro. Não resisto, no entanto, a uma nova citação: «Sobretudo, não devemos perder de vista que onde a democracia se encontra estruturalmente reprimida, as dificuldades económicas são incomparavelmente maiores e conduzem, no melhor dos casos, a sociedade à penúria e, nos casos piores, à pura e simples bancarrota.» (p. 123). Se pensarmos no caso português, não andamos muito longe disto.

Sem comentários: