Pequenos trabalhos de Domingo
não saio antes
que tudo esteja pronto
a loiça a escorrer na cozinha
o aspirador cheio
a varanda lavada pelo dia
o rádio em off
nessa hora em que
a noite se aproxima devagar
do meu rosto
escrevo poema nenhum
falta-me língua
sento-me num banco do jardim
mais próximo
onde (que perfeição)
nada acontece
em Santo Subito, Lisboa: Edição do Autor, 2ª edição, 2010, p. 57.
3 comentários:
fantástico. diria mesmo: fabuloso!
Extraordinário poema!
Sim, é muito bom mesmo. Este rapaz será o próximo grande nome da poesia portuguesa e arredores.
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