««Não é somente nas mãos ou nas cartas que se pode ler o destino, Lorencito, mas também no voo das aves, no ar, no fígado dos galos, nos espelhos, no fumo, no nome de cada um. Até mesmo no uivo dos cães. Essa ciência chama-se ologimancia».
«Eu, madame, pratico a copromancia», diz o acordeonista num tom irónico, já quase a dormir.
A quiromante fica em silêncio.
«Caso a bruxinha não saiba, a copromancia é a ciência de ver a sorte através do desenho que se forma nos papéis com que uma pessoa limpa o traseiro. Para além de prever o que nos depara o destino, pode averiguar-se de passagem, pela cor e consistência da cagada, o estado de saúde, o humor e até os bons ou maus costumes sexuais do cristão que consulta».»
em Os Comboios Vão Para o Purgatório, tradução de Luís Filipe Sarmento, Lisboa: Ulisseia, 2010, p. 111
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